quarta-feira, 26 de março de 2014

Livros da nossa biblioteca

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   Foi um momento de déjà-vu.
   De visita à minha mãe, na sua casa de Montana, eu saíra sozinha num domingo de manhã, enquanto ela e a minha filha tinham ido nadar. Pouco passava das onze horas quando passeava pelo centro comercial. A maior parte das lojas ainda não estava aberta e, por conseguinte, o amplo recinto estava escuro, apenas iluminado pelas luzes de segurança.
   De repente, avistei-a. A uma certa distância, diante de mim, ao fundo da zona comercial, lá estava ela à sombra de um enorme vaso de plantas. Usava longos cabelos desgrenhados que lhe caíam sobre os ombros e um franja que quase lhe tapava os olhos; os seus lábios grossos e sensuais sobressaíam numa expressão dramática. Estava de pé e tinha os braços firmemente cruzados diante do peito, os ombros erguidos e uma expressão de desafio no rosto; e, no entanto, havia algo de doloroso naquela ferocidade. Desconfio que ela já sabia que não ia vencer. Eu encontrava-me ao fundo da zona comercial quando a detectei, mas reconheci-a tão depressa que a adrenalina me encheu as veias. Sheila.
A Menina que Nunca Chorava
Torey Hayden

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