Joaquim não queria acreditar no que os seus olhos viam. Tinha saído a salto de Portugal, viajando apertado em camionetas de gado, andando quilómetros e quilómetros a pé, à chuva e pela neve, quase tinha perdido a vida nos Pirinéus e agora estava ali, na capital portuguesa em França. O sítio onde, todos lhe garantiam, podia enriquecer e concretizar os seus sonhos. Mas o que via era um bairro da lata. Sentia os pés enterrarem-se na lama. Olhava para as barracas miseráveis e para os fardos de palha que faziam as vezes de uma cama. Mas Joaquim não estava disposto a baixar os braços...
Longe do Meu Coração
de Júlio Magalhães
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