No dia em que a Rita fez anos, recebeu das mãos de um estranho homem uma prenda inquietante. A partir desse dia, nunca mais foi a mesma adolescente feliz. O seu universo familiar e afectivo sofreu um abalo tão profundo que a terra inteira pareceu voltar-se do avesso, levando nesse movimento os amigos, a escola, as aspirações e os sonhos de uma rapariga a quem nada faltava porque tudo lhe caía do céu protector da infância. Muitas vezes é-se subitamente adulto quando uma revelação incendeia a harmonia da juventude e não há lugar para guardar os segredos que vão fazendo nós na garganta. De repente, para Rita, o tempo e os lugares, os pais ou o namorado, a escola ou os centros comerciais onde costumava vaguear, deixaram de existir. Os seus quinze anos dividiram-se entre a verdade e a mentira, entre o sonho e a realidade, entre si e os outros.
Parabéns, Rita!
Maria Teresa Maia Gonzalez
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